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DESPERDÍCIO

A FAO estima que 28% dos alimentos que chegam ao final da cadeia em países latino-americanos são desperdiçados. É muita energia, tempo e recurso jogados fora. Enquanto isso, 13 milhões de pessoas no Brasil passam fome e não tem condições para pagar alimentação. Nosso país descarta mais do que o necessário para neutralizar a insegurança alimentar em nosso território e apenas um quarto do desperdício agregado dos EUA e Europa é suficiente para alimentar as 800 milhões de pessoas que ainda passam fome no mundo. O crescente marketing de consumo de alimentos industriais tem levado o consumidor a buscar padrões estéticos para a comida que consome, impulsionando também ao descarte de alimentos, ainda no campo, por não suprir os padrões exigidos por algumas redes supermercadistas. As razões para o descarte de alimento apropriado para o consumo por motivos estéticos vão desde o peso e tamanho, até o formato e a coloração.

No Brasil 42 mil toneladas de comida são jogadas fora ao ano.

OS EXCESSOS - A gastronomia está em ascensão no país. O mercado da gastronomia é um dos que mais cresce. A previsão de aumento no setor gastronômico em 2017 é de 35%. Nunca se falou tanto em comida em nossa sociedade atual. Empreendimentos gastronômicos estão na moda e pesquisas indicam que o brasileiro gasta em média ⅓ do salário em restaurantes. A Comida nunca esteve tão na moda. E se por um lado isso democratiza o acesso à profissionalização de muita gente. Por outro, o excesso desta oferta faz com que a alimentação perca a relação simbólica do alimento com o sagrado, com a metáfora do mundo, com a relação entre a cultura e o convívio social. Tendemos à padronização alimentar, o mundo todo comendo a mesma coisa. Um único sabor. E junto com esse crescimento, também cresce o desperdício, o descarte por conta desta padronização.

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