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PERFORMANCE

“Companheiro provém de

cum panis, comer o mesmo pão, alimentar-se juntos.

Aluno, alumnus, de alo, sustentar criar com o alimento.

O simbolo sagrado da união entre janízoros

era uma grande panela comum o Kazzan.

Comer no mesmo prato, mangér à la même écuelle,

é confiança, irmandade, fusão”

Câmara Cascudo – História da Alimentação no Brasil

Questões ligadas à cultura alimentar e à relação entre a comida e a cultura, nossos hábitos à mesa, as expressões populares em torno da comida, a comida como celebração e performance, o desperdício, a fome, o estômago vazio, os delírios gastronômicos dos tempos contemporâneos, a globalização do comer, a padronização de culturas alimentares e a industrialização da comida. Os dois pólos: a carência da comida e o excessos alimentares. São essas questões que permearão a trajetória do projeto. Nas performances, a comida será produzida com utensílios da cozinha tropeira, utilizando o fogo para as cocções. Um exercício para o domínio do fogo como faziam os tropeiros, os romeiros em viagens de peregrinação, os cozinheiros pescadores ribeirinhos do vale, os nossos avós, os homens e mulheres da roça que dominavam a técnica da cocção em fogões improvisados com chapas e panelas de ferro direto no fogo e no fogão à lenha. Uma degustação poética de sentidos e sabores.

A transformação da realidade, uma vez que a comida nesse caso se propõe, além de alimentar, também de servir como metáfora da vida e do cotidiano.


“É preciso que se confesse corajosamente que a terra da promissão, para a qual foram atraídos, só no século passado, cem milhões de imigrantes europeus, que procuravam fugir às garras da pobreza, também é uma terra onde se passa fome, onde se vive lutando contra a fome, onde milhões de indivíduos morrem de fome.”

Josué de Castro

 

Um ritual musical e performático enquanto um banquete é produzido. Um banquete feito com desperdícios, com a comida descartada, com comida fora do padrão de venda. Um embate e um dilema contemporâneo, os excessos e as faltas. O pão e o circo.

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barretos_05-2011
colonial
quebra queixo bahia
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